sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Até quando veremos racismo em nossa sociedade e nos campos de futebol?

Na última quarta-feira, em partida pela Copa Libertadores da América, entre Cruzeiro e Real Garcilaso, o meio-campista brasileiro Tinga, foi alvo da torcida peruana, pois quando o jogador tocava na bola faziam sons de macaco. Em pleno século XXI isso é inadmissível em uma sociedade, e principalmente, num campo de futebol. 

O mundo sofreu por muito tempo essa diferença de etnias, onde em diversas partes da história quiseram impor a 'cor' branca superior a negra. Mas, com a luta de todos que eram contra, isso foi caindo e a igualdade - que é certa - foi se estabelecendo e o racismo passou a ser tratado como crime. 

Porém, ainda existe um reflexo grande dessa discriminação em determinadas sociedades, não somente na América do Sul, mas também casos na Itália, Rússia, Turquia, por exemplo. Na Europa, a UEFA entidade responsável por organizar os torneios, luta o tempo inteiro para combater isso, com diversas campanhas de conscientização. 

Aqui, principalmente na Libertadores, com a Conmebol, as punições são sempre brandas e nada se faz a respeito. Um exemplo é o Desábato, jogador argentino que xingou o brasileiro Grafite, em 2005, no jogo no Morombi, entre São Paulo e Quilmes. O zagueiro disse “Negrito de mierda, enfia la banana en el culo". Ele passou dois dias presos, entretanto não sofreu punição alguma da organização do torneio. 

Praticamente todos os jogadores deram apoio ao Tinga, dos que estão lá fora, como Neymar, David Luiz, aos que estão aqui no Brasil, como Alexandre Pato, e até mesmo Ronaldinho Gaúcho que defende o rival Atlético Mineiro. É preciso a CBF junto com os clubes tomar uma altitude e pressionar a Conmebol. 

Um passo a ser tomado, poderia ser a cobrança pela punição dos responsáveis, com até a exclusão do time em que o torcedor fez esses atos. Caso não seja, os clubes brasileiros tinham que ameaçar boicotar a Libertadores, porque dos 10 times que tem o maior valor de mercado da competição, cinco são brasileiros. Ou seja, a Conmebol teria muito mais a perder financeiramente do que as equipes. Tendo em vista, que a compensação financeira para quem vence o torneio, não vale tanto.  

Quando os demais times sul-americanos vêm até território brasileiro jogar uma partida, não encontram problema algum, com torcida atirando pedras, xingamentos racistas ou então xenofóbicos. 

Os dois últimos problemas que houveram foi São Paulo e Tigre na final da Sul-Americana, mas até hoje não se sabe o que realmente ocorreu no vestiário argentino. E o mais trágico da torcida do Corinthians que acabou vitimando o jovem Kévin, em um jogo em Oururo, na Bolívia. Que por sinal, deveria ter resultado na exclusão da equipe brasileira.
Tinga foi alvo da torcida do Real Gracilaso, com insultos racistas
A luta de todos é para combater essa falta de educação, que precisa ser cuidada desde os primeiros passos do individuou. Esperamos utopicamente que essa seja a última vez que isso tenha acontecido, caso se repita e já para esse episódio do Tinga é preciso ter repreensão severa com os que insultaram o brasileiro, dando um basta nisso!