terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Às vésperas da Copa do Mundo, futebol brasileiro vive momentos de decadência.

O último domingo, dia 08 - 12 - 2013, certamente ficará marcado com um dos dias mais "sujos" da história do futebol brasileiro. Pelo fato da batalha sangrenta e desumana ocorrida em Joinville, no jogo entre Atlético Paranaense e Vasco. Além disso, o rebaixamento de dois grandes clubes cariocas para a Série B, por motivos principais, de más administrações. Em um período que o Brasil respira Copa do Mundo, o futebol nacional amarga uma outra realidade, a da decadência. 

Um dos torcedores mais machucados
com a briga.
A expectativa de todos que assistem futebol era que a rodada do Domingo fosse lembrada por jogos emocionantes - obviamente por disputas dentro de campo -, mas as lembranças serão outras. As cenas de violências extremas entre torcedores de Atlético/PR e Vasco mostram o quanto o futebol brasileiro é subdesenvolvido.

As autoridades - Superior Tribunal de Justiça Desportiva - sempre nos passa a impressão, de que essas brigas de torcidas organizadas ocorrem somente ao redor dos estádios. O que nesse ano, vem se provando ao contrário. E não é só em estádio "pequeno", porque em um de Padrão FIFA, também aconteceu o mesmo entre Vasco e Corinthians, no Mané Garrincha.

Não adianta punir com perda de mando de campo, com banimento de torcida organizada, entre outras medidas que o STJD toma, mas que não resolverá e nunca resolveu nada. Esses bandidos sempre estão lá. Falam em aumento dos preços dos ingressos, mas esses caras entram de graça nos estádios. São financiados pelos próprios clubes e vivem dessa forma.

É preciso que aja intervenção do Estado, nesse assunto. Assim, como aconteceu na Inglaterra no início da década de 90, pelos mesmos motivos, o Hooliganismo. Quem comete esses crimes, precisam ser banidos dos locais de jogos. Mas, de maneira séria. Por exemplo, os caras que brigaram domingo, tem que ser presos, julgados e quando estiverem em liberdade, em dia de jogos tem que prestar serviço social.

A imagem que representa o caos do futebol brasileiro.
Nas entradas dos estádios tem que haver maior fiscalização contra pessoas desse nível. Na teoria, os "comandantes" do futebol brasileiro dizem que funciona mais o menos assim, mas os torcedores do Coritiba que em 2009 fizeram atos de vandalismo, entram normalmente no Couto Pereira, sem nenhuma punição. É lamentável.

Falando mais da briga em Joinville era claro que isso iria acontecer. Momentos antes do jogo, mais precisamente na hora do almoço, as duas torcidas já entraram em confronto nas ruas da cidade. 

O que o Ministério Público disse, é que era um evento particular e que a Polícia só tinha o papel de intervir fora do local do jogo. Correto. É assim que funciona na Europa. Entretanto, lá é um continente de primeiro mundo, existem grandes rivalidades futebolísticas, que até ultrapassam essa esfera, entrando em rivalidade religiosas, como no caso de Celtic (torcedores católicos) e Rangers (torcedores protestantes), na Escócia.

Então, no velho continente realmente há nos estádios seguranças particulares, assim como acontecerá na Copa do Mundo, aqui mesmo no Brasil. E lá também, existe entre uma torcida e outra, um cordão de isolamento feito por esses seguranças. O que em Joinville, não aconteceu. 

Apesar de muitos venderem a imagem do Brasil como um país desenvolvido, somos de terceiro mundo sim. Atitudes como essa de Domingo provam exatamente isso, não há educação, não temos seguranças em locais que são de entretenimento. A polícia era naquele jogo, indispensável. Até porque, os próprios seguranças particulares não tinham como intervir naquela briga. Pois segundo a lei, eles não podem usar armas. E somente os polícias com armas não letais conseguiram acabar e controlar o confronto.

E como nos outros nove jogos da rodada e como tradicionalmente é no Brasil e na América do Sul, polícias fazem a segurança dos estádios. Esse ato do Ministério Público de Santa Catarina foi uma ação no meu ponto de vista completamente errada. Pois propiciou o que esses marginais queriam e ainda, colocou a vida de milhares de inocentes em perigo.

A outra parte da decadência do futebol brasileiro se exerce mais precisamente no futebol carioca. Apesar de Flamengo e Botafogo terminarem o ano bem, esse sem dúvida é o momento mais trágico do futebol carioca na história. O rebaixamento de Fluminense e Vasco se deve na maior parte, aos problemas extracampo, que se refletiram diretamente no rendimento pífio das equipes.

O Fluminense é o primeiro campeão brasileiro a cair no ano seguinte ao título. Se juntando a galeria de clubes como o Manchester City na Inglaterra e do Nuremberg na Alemanha. O que foi determinante para esse fracasso foram as lutas pelo poder dentro do clube. Entre quem manda mais, o presidente Peter Siemens ou então o presidente da Unimed Celso Barros.

Fred principal jogador do Fluminense, as lágrimas
com a queda do tricolor.
Tem que haver agora com o rebaixamento uma reflexão na direção do tricolor, no segundo aspecto: ou a Unimed paga o dinheiro e o Peter administra como acha melhor, ou então, a Unimed terceiriza o futebol do clube, fazendo o que ela acha mais conveniente, e o Peter assume apenas a questão social do Fluminense. Assim como aconteceu com o Palmeiras e a Parmalat na década de 90.

Com esse fracasso fora de campo, dentro isso influenciou, pois o time não contratou ninguém para a temporada. Perdeu jogadores importantes, houve excessivas mudanças no comando técnico, explicitando o péssimo planejamento e terminando com a queda inevitável. 

Já na questão do Vasco da Gama, Roberto Dinamite de uma atitude desesperada e hipócrita, tentará "salvar" o Vasco do rebaixamento, alegando que o jogo ficou parado por mais de 60 minutos, que é o tempo em que a CBF estipula em seu regulamento. A paralisação ocorreu por 75 minutos. Entre outros argumentos inúteis.

Roberto disse assim no gramado "Não estão respeitando o que é mais importante: vidas. Não é o rebaixamento nem nada. Não estamos pensando em primeira ou segunda divisão. Estamos pensando em vidas” Agora, ele quer recorrer no "tribunal"? Então, porque naquele momento ele não retirou o time do campo? Com certeza o Vasco não perderia por W.O, pelo contrário, mostraria realmente que estava se importando com aquelas vidas. E mais, se tornaria um "herói" e quem sabe, voltaria a ser respeitado pela torcida. 

Roberto Dinamite presidente do
Vasco da Gama.
Além disso, se o Vasco tivesse virado a partida, será que ele alegaria o mesmo? O fraco time do Vasco é fruto de uma administração ridícula de Roberto Dinamite, a equipe foi rebaixada dentro de campo, de forma humilhante e sem qualquer tipo de questionamento. Mais uma mancha na história dessa grandiosa instituição.

O que nos resta é torce para que isso não seja só mais uma macha negativa na história do futebol brasileiro, que sirva para que aconteçam mudanças políticas e criem ou sigam o estatuto do torcedor mais a sério. E que os clubes do Rio de Janeiro, se tornem profissionais de verdade, levando com responsabilidade aquilo que o carioca mais ama, que é o futebol.