sábado, 7 de setembro de 2013

Treino de luxo do Brasil rende boas dúvidas para o Felipão.

Em jogo amistoso no dia da Independência brasileira e atuando na Capital Federal, o Brasil recebeu o selecionado australiano, que não ofereceu perigo algum e foi facilmente goleado por 6-0. A partida foi num contexto geral, um excelente treino de luxo para os comandados de Luiz Felipe Scolari. Que com as ausências de alguns titulares da Copa das Confederações, os substitutos entram e deram conta do recado - como os casos de Ramires e Bernard - isso dá ao Felipão boas peças para o elenco e dúvidas sobre as titularidades.

Durante a semana que procedeu o amistoso, a seleção brasileira perdeu alguns nomes com lesões, como Oscar, Hulk, Daniel Alves e Fred - todos eles titulares absolutos até então - mas depois do jogo de hoje (07), já não podemos cravar isso. Nos lugares de cada um entraram respectivamente Ramires, Bernard, Maicon e Jô. O que é estranho, e vem acontecendo desde a Copa das Confederações é a perda de espaços de Lucas. Ele nitidamente não consegue render dentro de campo e já perdeu o posto de reserva imediato para Bernard, prova disso foi a escalação como titular do mineirinho.

Dentro de campo, o Brasil foi armado no 4-3-3, um pouco diferente do 4-2-1-3 jogado por Luiz Felipe desde sua volta a seleção. Particularmente, gostei do que vi. A Austrália joga naquele tradicional futebol britânico, sempre com duas linhas de 4 jogadores, além de ser um time alto, forte fisicamente e lento. Para "furar esse ferrolho", era necessário inteligência e velocidade. Foi exatamente assim que o Brasil jogou.

A marcação forte no campo de ataque, é uma característica carregada da Copa das Confederações, foi outro ponto positivo, e o gol no início dos jogos, que marcou aquela campanha vitoriosa. Dessa vez, Jô mostrou um grande oportunismo e abriu o placar.

Esmiuçando mais o esquema tático, Ramires caía pela direita com Bernard e ainda tinha a chegada do Maicon. Apareceram ali, ótimas jogadas e triangulações, tanto que foi desse setor que saiu o segundo gol, com Bernard dando assistência para Jô, relembrando os tempos de Atlético Mineiro. Na outra ponta, Neymar, Paulinho e Marcelo eram os responsáveis pelas jogadas mais criativas. Após os 25 minutos, Paulinho e Ramires passaram a inverter de posição, criando mais alternativas e complicando para a marcação australiana. Tanto que ainda no primeiro tempo, Neymar fez o terceiro gol brasileiro.

Para o segundo tempo, o Brasil voltou marcando forte na frente e a Austrália sem saída de jogo. O lateral esquerdo Marcelo acabou saindo do jogo por conta de um estiramento na coxa, em seu lugar entrou Maxwell. Que foi o responsável pelo cruzamento na cabeça de Ramires, que fez o quarto gol e corou sua volta a seleção. Vale destacar o meio-campista do Chelsea, que deixou o primeiro tempo tendo acertado 92% dos passes. É uma grande peça que Felipão terá para armar o time.

Após a goleada já garantida, Luiz Felipe Scolari passou a fazer mais testes na seleção. Colocou Lucas, Pato, Hernanes e Dante, nos lugares de Bernard, Jô, Paulinho e David Luiz respectivamente. Mais tarde, ainda colocou Marcos Rocha no lugar de Maicon. A entrada de Lucas deu para compreender porque ele vem perdendo créditos com o treinador. Não sei se ele sente o peso da camisa, ou não tem confiança suficiente para desenvolver belo futebol que tem. Que também vive esse dilema, mas tem uma estrela gigantesca, é Alexandre Pato, que fez o quinto gol dá vitória. E Luiz Gustavo fechou a conta.

O adversário era fraco, mas o selecionado nacional transformou a partida em um nível mais fácil. E o principal, Felipão pode notar que conta com um grupo, não somente 11 jogadores. Diante de Portugal, em Boston, poderemos ver o Brasil em um teste contra um adversário mais qualificado.