Presenciamos nessa semifinal de UEFA Champions
League, o que tem tudo para ser o fim de uma hegemonia do futebol mundial, no
qual não existia de certa forma um adversário que pudesse encarar de igual para
igual o Barcelona. O Bayern provou que não precisou se fechar todo para vencer,
foi além, passou por cima tecnicamente e taticamente dos espanhóis. A vitória
por 4-0 exemplifica isso, apesar de dois gols terem sido irregulares, os
bávaros não foram ameaçados em momento algum. O encantamento que o Barça vem
nos proporcionando durante essas cinco temporadas, o Bayern fez nessa
terça-feira na Allianz Arena.
Alguns especialistas viam o Barcelona como
favorito, só que a história não era bem
assim. O Bayern tem um esquadrão sensacional e dentro de casa, tem uma força incrível.
A batalha tática e a guerra por espaços dentro de campo era um dos fatores que
mais chamava a atenção. E assim, foi até o primeiro gol de Müller, aos 25
minutos de jogo.
Os laterais de cada time gostam e tem sempre a
liberdade para subirem ao ataque. Então, como as duas equipes jogam no 4-3-3,
com dois pontas ágeis e marcadores, a disputa foi fantástica. Dos duelos Daniel
Alves e Ribéry; Pedro e Alaba; Jordi Alba e Robben; Sanchéz e Lahm; quem mais tinha facilidade, era o Lahm contra o chileno do Barcelona. O
capitão do Bayern em algumas jogadas individuais conseguia sair facilmente do
setor esquerdo de defesa do Barcelona.
A defesa catalã por sinal teve bastante em
cheque nessa partida, porque o novato Bartra atuou ao lado de Pique, mas não
mostrou muita segurança. E como todos sabem, o ponto fraco do Barça é a bola
levantada na área, que por coincidência é um dos pontos fortes dos bávaros.
Dessa maneira, o placar foi aberto.
Ainda no na primeira etapa, o que fez o jogo ficar
a feitio dos alemães, foi Messi não ter atuado no auge de sua condição física. Durante boa parte do tempo, ele pouco se movimentou, facilitando a
marcação do Bayern na saída de jogo do Barça. Pois Xavi tinha o confronto
direto com Schweinsteiger, que obrigava o espanhol a se desfazer rapidamente da
bola. Iniesta foi outro que estava anulado dentro de campo.
Quando Messi passou a se movimentar,
Schweinsteiger teve que auxiliar na marcação do argentino, isso deu mais campo
para Xavi. O Barcelona teve uma grande posse bola, mantendo suas
características, entretanto, foi absolutamente estérea. Em nenhum momento Neuer
foi exigido.
Na etapa complementar, os confrontos entre laterais ficaram mais aberto, mais precisamente Alaba e Lahm tiveram mais espaços. A concentração e o vigor da equipe, não caiu em momento algum. Diferente do Barcelona, que não tinha mais a mesma condição de reposição
defensiva. Isso ficava nítido com o esgotamento físico de Pique, que basicamente,
teve que correr por dois.
Aproveitando novamente a bola levantada na área, os alemães aumentaram com Mario Gomez, que estava em posição irregular. Os
espanhóis seguiam dominados e sem criatividade para burlar o sistema de jogo
bávaro. Do outro lado, as jogadas fluíam com total naturalidade, até que o
Robben, que jogou muito, fez o terceiro gol. Uma observação para a obstrução de
Müller em cima de Alba, que na minha opinião deveria ter sido marcado a falta.
Não tinha como os catalães fazerem absolutamente
nada, observavam uma equipe que parecia ser incansável e queria cada vez mais. Foi
então, que Müller fechou a conta e muito provavelmente carimbou o passaporte do
clube para à final, em Wembley.
Só não afirmo com todas as palavras, porque já vimos o que
Messi em um dia de fúria é capaz de fazer.
Entretanto, acho muito difícil que o Bayern não
faça algum gol no Camp Nou, tornando a missão impossível em milagrosa. Pois se
o Paris Saint-Germain com um time inferior ao do Bayern de Munique deu um
trabalho enorme na Catalunha. Imagina esse time alemão que para muitos, é o
melhor time do mundo!