sexta-feira, 11 de março de 2016

[EUA] Com Adriano Imperador na 'quarta divisão', entenda como funciona as Ligas de futebol nos Estados Unidos

 (Foto: Fabricio Marques)
Na noite de quinta-feira (10), Adriano Imperador foi anunciado oficialmente como jogador do Miami United, da National Premier Soccer League. O atacante brasileiro não atua há cerca de dois anos, quando defendeu o Atlético-PR, na Taça Libertadores. A apresentação ocorreu em um hotel de luxo na região de Miami Beach, na Flórida. 

Na entrevista coletiva, o Imperado, que vai usar a camisa 10, comemorou o acerto e afirmou que estava sentindo falta do ambiente do mundo do futebol.

- Senti falta de tudo. Dos torcedores, da felicidade de fazer um gol. Fiquei muito tempo parado. Mas agora estou tendo uma oportunidade boa. Quero mostrar meu potencial e ser campeão com a camisa do Miami United - disse Adriano. 

O jogador de 34 anos será também um dos sócios da franquia e vai ter participação nos lucros como venda de jogadores, bilheterias, entre outros itens

ENTENDA AS LIGAS DOS ESTUDOS UNIDOS

Mas, essa apresentação inicial foi também para puxar um assunto importante que tem gerado muita confusão na cabeça das pessoas: Adriano vai jogar na MLS? Nos Estados Unidos têm rebaixamento? Por que tanta Liga

É simples. Assim como no Brasil, nos Estados Unidos existem quatro ligas importantes, mas sem o tradicional rebaixamento e acesso como é habitual nas grandes ligas ao redor do mundo.

[MLS] GUIA ESPECIAL DA MAJOR LEAGUE SOCCER

A Major League Soccer, a MLS, corresponde a primeira divisão. Ela é o torneio mais importante de futebol dos Estados Unidos/Canadá. São atualmente 20 equipes e terá o acréscimo de mais quatro times até o fim desta década.



Para uma franquia fazer parte é preciso apresentar um projeto ambicioso e com garantias que aquilo realmente sairá do papel. Um exemplo mais claro é o Orlando City, do Kaká. O clube fazia parte da USL, espécie de terceira liga mais importante, e com um bom projeto que foi aprovado pelo outros proprietários da MLS, os Lions passaram a fazer parte da Liga em 2015. 

Existem casos também, de um empresário ou consórcio, que tem o objetivo de criar um determinado time em uma região. Mais um exemplo real é o de David Beckham que, mesmo encontrando muita dificuldades, está no caminho para se tornar proprietário de um equipe na MLS, em Miami

Para isso, é necessário ter em mãos planos para a construção de um estádio, organização de infraestrutura e, claro, ser um cidade (mercado) atraente para MLS. A região precisa gostar e ter vontade de acompanhar o time. Pois se um clube vai mal, todos perdem. Basta lembrar o caso do Chivas US, que não deu certo na Califórnia. 

A franquia foi feita para explorar os inúmeros torcedores do latinos nos Estados Unidos, mas fracassou. O apelo pelo time era baixo e o estádio vivia vazio. Desta forma, ao fim de 2014, os trabalhos foram encerrados.


Foto: Divulgação
A partir disso, existe como a segunda Liga de maior importância a National American Soccer League, a NASL, onde o famoso New York Cosmo faz parte. O esquema é o mesmo de franquias é funciona de maneira semelhante. Para alguma equipe ingressar, é necessário a apresentação de um projeto. 

No terceiro degrau desta escala aparece a United Soccer League, a USL. Neste torneio, existem diversas equipes satélites da MLS. Exemplo: Orlando City B, LA Galaxy II, Portland Timbers II, Seatlle Sounders II, entre outros. Mas, não é formada apenas disto. Existem também times independentes, como Sacramento Republic - que sonha uma dia fazer parte da MLS.

Agora chegou a vez do Adriano Imperador! O Miami United FC faz parte da National Premier Soccer League, a NPSL, que ao lado da United Soccer Leagues Premier Development League, a PDL, formam a 'quarta divisão'. Ou mais claro, ambas são as quartas ligas mais importantes do país. 

Há possibilidade dessas equipes se enfrentarem? Sim. Um torneio chamado Lamar Hunter US Open Cup, que é a 'Copa dos Estados Unidos' - semelhante a Copa do Brasil. Nela todos os times do país participam em uma disputa de mata-mata. 



Para frisar mais uma vez, as Ligas estadunidense não adotam o sistema de rebaixamento e acesso. Para fazer parte ou 'subir de uma liga para outra' é necessário a apresentação de um projeto - que será analisado pelos demais proprietário das equipes que formam e julgam quais são os interesses prioritários da competição.

Tem alguma dúvida? Mande e-mail para redua.esporte@gmail.com