Só existe uma pergunta que tem que ser feita: alguém em Munique anotou a placa do caminhão? A vitória do Real Madrid por 4-0 na Allianz Arena foi um verdadeiro massacre, quase um caminhão passando por cima de sua vítima. Os merengues já tinham a vantagem de 1-0 o primeiro jogo, e nesta terça-feira, abusaram dos contra-ataques e das jogadas aéreas. No qual, Sergio Ramos e Cristiano Ronaldo fizeram a festa e cada um marcou duas vezes. Um golpe para Pep Guardiola, acostumado a vencer os galáticos.
Esfriando o inferno
A promessa de todos em Munique era de um verdadeiro inferno na Allianz Arena. A hostilidade seria pior do que a enfrentada pelo Real em Dortmund. Mas, parece ter ficado só nas ameaças. Nos primeiros 15 minutos, a pressão do Bayern - o que era natural - aconteceu. Só que quem teve a melhor chance foi os merengues, com Bale, após Neuer afastar a bola errado.
Não fez falta. Aos 16 minutos, Sergio Ramos subiu como uma águia para fazer 1 a 0 Real Madrid. Se não bastasse o gol em jogada aérea, atingindo o ponto forte do time alemão, quatro minutos mais tarde, novamente Sergio Ramos fez 2 a 0, de novo de cabeça. Dessa vez, aproveitando uma bola alçada oriunda de cobrança de falta.
Naquele momento, a vida dos pupilos de Pep estava complicadíssima. Pois seria necessário marcar quatro vezes. E perfurar um sistema defensivo extremamente bem armado não seria fácil, como não foi. A equipe foi ao ataque, mas nos contragolpes, o Real ia se fazendo. Aos 34, Cristiano Ronaldo fez o terceiro. Antes do intervalo, ainda teve a oportunidade de fazer um gol antológico do meio de campo.
Bayern com a bola, mas sem objetividade; Ronaldo sendo Ronaldo
Os Bávaros voltaram para o segundo tempo com pressionando e com o time completamente adiantado e tendo que fazer cinco gols. O Real fechava principalmente os espaços na zona central do campo, com isso impedia os chutes. A maneira encontrada para jogar era pelos lados com Lahm tentando alçar bolas na área.
Porém, como gigantes, Pepe e Sérgio Ramos afastavam a bola e impediam que chagassem em Mandzukic. Robben foi um dos poucos que tentou arriscar chutes de longa e média distância. Com o passar do tempo, a pressão e o fôlego dos alemães foram acabando e com as alterações de Anceloti, o Real foi aliviando a pressão.
Após os 30 minutos da segunda etapa, a situação foi melhorando e os espanhóis passaram a adiantar bastante a sua marcação. Com isso, passaram a atrapalhar a saída de jogo de um time nervoso, perdido e sem paciência para tramar algo. Não teve jeito, já com 45, Ronaldo bateu um falta ao estilo Ronaldinho Gaúcho, por debaixo da barreira e selou a goleada e a vaga em Lisboa com chave de ouro.
O futebol é surpreendente e apaixonante. Na temporada passada, o Bayern tomava o trono da Europa, ao arrasar o Barcelona em dois jogos da semifinal da mesma Liga dos Campeões. Nesse ano, os atuais campões europeus não fizeram nem sombra a equipe do Real Madrid. No padrão Guardiola, executaram seu plano de jogo, entretanto, sofrem com um antídoto imprescindível. Cristiano Ronaldo provando porque é o melhor do mundo, se tornou o maior artilheiro de uma única edição da Champions e levou o Real a uma final após 12 anos.