sexta-feira, 25 de março de 2016

[ESPECIAL] Quando Johan Cruyff fracassou na criação de porcos, resolveu voltar a jogar futebol e escolheu os Estados Unidos

Foto: Divulgação
A morte de Johan Cruyff aos 68 anos, vítima de câncer no pulmão, chocou o mundo do futebol nesta quinta-feira (24). O ex-jogador, ex-técnico e ex-dirigente marcou época no Ajax, Barcelona e na seleção holandesa. Contudo, poucos sabem que o craque também prestigiou os fãs de futebol nos Estados Unidos, onde atuou por dois times. 

Em outubro de 1978, Cruyff se despediu do futebol com a camisa do Ajax, em um amistoso contra o Bayern de Munique. Naquela ocasião, o jogador tinha cravado seu nome na história do futebol mundial, com três títulos da Copa dos Campeões da Europa, nas temporadas 1970-71, 71-72 e 72-73 - que corresponde atualmente a UEFA Champions League. 

No Barcelona, o holandês conquistou o Campeonato Espanhol, por exemplo, e com a seleção da Holanda, revolucionou com o Carrossel Holandês. Mas, de volta para 1978, após se aposentar, Cruyff investiu na criação de porcos, exportação de vinhos, entre outros ramos e acabou perdendo muito dinheiro.

Desta forma, no ano seguinte, Johan resolveu voltar a jogar bola e o local escolhido foi os Estados Unidos. No país, na época, a National American Soccer League, a NASL, era uma das ligas mais lucrativas e chamava a atenção de craques do mundo todo, como Pelé, Carlos Alberto Torres e Beckenbauer, por exemplo. 

Outro ponto que pesou a favor de jogar na América foi o fato de que Cruyff não queria ser tão conhecido, como era na Europa. Mas, com todo o seu talento, logo virou ídolo. 

Ainda em 1979, Cruyff assinou com o Los Angeles Aztecs - extinto em 1981 - e atuou por uma temporada, chegando às semifinais de Conferência. A equipe foi eliminada pelo Vancouver Whitecaps, que hoje faz parte da Major League Soccer. Naquele temporada, o camisa 14 levou o prêmio de melhor jogador da competição - o que se chama na MLS atualmente de MVP. 

A estadia do craque em Los Angeles durou apenas a aquela temporada e no ano seguinte se mudou para o Washington Diplomats - extinto em 1980, também da NASL. Nos Dips, Cruyff também levou a equipe aos Playoffs, mas quis o destino que fosse eliminado pelo Los Angeles Aztecs, seu ex-time.



Ao fim da temporada de 1980, o jogador voltou para a Europa e foi atuar no Levante, que então disputava a segunda divisão da Espanha. 

Histórias curiosas - que não se sabe até onde são verdadeiras - explicam o motivo do período tão curto de Cruyff nos Estados Unidos. Segundo relatos da época, os jogadores dos Dips contaram que em um certo jogo, o técnico da equipe escreveu no quadro toda a tática que seria usada. Ao terminar, o holandês apagou e disse "não será isso que vamos fazer". Cruyff entendia o jogo completamente diferente dos técnicos norte-americanos.

A grama sintética também eram um dos desconfortos em relação ao torneio. Ele não conseguiu se adaptar.

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Cuyff ainda realizou um jogo festivo com a camisa do New York Cosmos. Inclusive, existiu um rumor sobre as negociações entre o jogador e a equipe nova-iorquina, contudo o negócio não se concretizou.

Apesar de sua passagem durar apenas duas temporadas, todos os que viram ou estiveram com Johan Cruyff neste período, desfrutaram a essência do futebol técnico, ofensivo, tático, voluntarioso, estratégico e vencedor.