Nesse domingo, em Kyiv, na Ucrânia, a Espanha mostrou porque é atualmente a melhor seleção do mundo. No meu ponto de vista, não havia feito uma grande Euro. Teve um bom jogo contra a fraca Irlanda e na semifinal contra Portugal. Mas, diante da Itália na final, os espanhóis foram impecáveis na vitória por 4-0. Fizeram uma exibição quase beirando a perfeição. Digna de uma Tricampeã européia. E a única a conquistar dois títulos seguidos. A Itália não estava no seu dia. Perderam dois jogadores lesionados. Além de atuação apagadas de outros.
Vicente del Bosque mandou a Espanha com Fábregas como o "falso 9". Algo que não deu certo o torneio todo. E que eu particularmente não gosto. Mas, hoje estava fadado a dar tudo certo. Desde o princípio a equipe já controlava o jogo. Indo para cima. Querendo o gol. Xavi e Iniesta estavam bastante ligados no jogo. O primeiro então, não fez um grande torneio, mas estava disposto a mudar essa história.
Pensei que a Itália de Prandelli fosse usar a mesma tática do jogo da primeira fase. Onde praticamente anulou os espanhóis fazendo uma marcação sempre na triangulação. O que se viu foi os italianos correndo atrás. E tentando lançar bolas para Balotelli. Isso até os 15 minutos, no qual David Silva abriu o placar. Após uma excelente jogada de Fábregas.
Com o gol sofrido, os italianos tiveram que sair mais para o jogo. A Espanha passou a não forçar tanto a marcação na saída de bola. Recuaram um pouco. Mas, a Azurra acabou perdendo o Chiellini machucado. O zagueiro deu lugar a Balzaretti. No ataque, a dificuldade que a seleção encontrava estava na criação. De Rossi e Pirlo que tem ótimos passes, estavam mais concentrados na marcação. Ajudavam ofensivamente, só que Marchisio e Montolivo os armadores, tinham que participar mais.
Com essa "ausência" na criação, a Balotelli e Cassano ficavam isolados na área. E os dois acabaram sendo "fominha" em alguns lances. Pois poderiam ter escolhidos o toque em algumas jogadas, porém arriscavam chutes. Então, próximo ao intervalo, Jordi Alba aparece como elemento surpresa na área e aumentou para Fúria. Para o segundo tempo, a paciência de Prandelli com os meias durou apenas 10 minutos. Ele sacou Montolivo e botou Thiago Motta. Para dar espaços para Pirlo e De Rossi subirem ao ataque.
Isso acabou sendo um tiro no pé. Porque três minutos depois, o italo-brasileiro se machucou. Como se não fosse pouco, a Itália já tinha feito as três alterações. Pois no intervalo Di Natale entrou no lugar de Cassano. Que por sinal, teve uma boa chance que parou em Casillas. No entanto, após tudo isso, a Itália simplesmente perdeu qualquer tipo de força. Se jogar com 11 estava difícil, imagina com 10 ?
A Espanha passou a fazer o seu jogo. Tocando bastante a bola. E enfim, passou a ter maior posse de bola. A maestria de Xavi e Iniesta encantavam. A defesa também estava segura. Sergio Ramos e Pique que não comprometiam. Del Bosque mandou a campo Pedro e Fernando Torres. Os dois entraram muito bem. Em especial o segundo. Que na minha opinião foi bem injustiçado nessa Euro. Merecia ter tido mais chances. E quando apareceu na frente de Buffon, aumentou. E para encerrar deu uma linda assistência para Mata marcar o quarto. Juan Mata, não havia feito uma partida ainda na competição.
Interessante foi ver a Itália não perdendo a cabeça. Mantendo a elegância de sua camisa. Em nenhum momento os jogadores deram ponta pé. Acabou sendo um resultado largo. Pela primeira vez, a final tem esse placar de 4-0. Mas, a Espanha mereceu. Soube encarar o adversário e jogando o seu futebol conseguiu essa goleada.
Além do mais, mostrou que quando está valendo título, é complicado de batê-los. Vai dar muito trabalho na Copa do Mundo de 2014. Encerra-se uma Euro fantástica. Com excelentes jogos. Com surpresas e decepções que todo torneio de alto nível proporciona. Esperamos que em 2016, a próxima seja tão boa quanto essa.
